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Suinocultura pede socorro ao governo em razão da queda nas exportações e alta no preço do milho

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Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Medidas para mitigar os prejuízos financeiros da suinocultura nacional. Dep. Aline Sleutjes PROS-PR; Rogério Boueri - Chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia
Rogério Boueri (E), do Ministério da Economia, e a deputada Aline Sleutjes

Representantes da suinocultura brasileira pediram socorro a representantes do governo federal em audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, realizada na terça-feira (5).

O diagnóstico trazido por eles é de uma crise que assola o setor em razão da alta dos grãos e do dólar elevado, que impactam os custos da atividade, além da queda das exportações para a China. De seu lado, os representantes do governo disseram que trabalham dentro de limites orçamentários e esperam do Congresso Nacional a aprovação de crédito para iniciar o Plano Safra 2022/23, trazendo alívio à suinocultura.

A presidente da Comissão de Agricultura, deputada Aline Sleutjes (Pros-PR), que solicitou o debate, se mostrou otimista com possíveis soluções para a crise.

“Eu vejo interesse dos ministérios da Economia e da Agricultura em tentar resolver esta demanda. Sei que não é fácil. Mas o encaminhamento para compra do produto é algo que talvez seja mais rápido e eficiente, para tirarmos um pouco do peso das costas do produtor independente que não tem para quem vender”, defendeu a parlamentar.

“Precisamos de mais recursos. Para isso, precisamos votar os orçamentos. Estamos levantando recursos por meio dos PLNs [projetos de lei do Congresso]”, disse Aline Sleutjes.

Possíveis soluções
Na reunião, o coordenador-geral de Culturas Perenes e Pecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Salomão, acenou com uma linha de estocagem de carne suína, a abertura de novos mercados e uma melhor safra do milho neste ano, o que pode diminuir a pressão do custo dos insumos na atividade.

Já o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, anunciou uma expansão do volume de crédito a partir do Plano Safra, que depende da aprovação de recursos pelos parlamentares.

“Precisamos do PLN 14/22, que é o dinheiro da safra, ainda não chegou ao Tesouro. São R$ 1,2 bilhão, gravados para o Plano Safra. Precisamos dele para abrir a Safra 22/23. Vamos ter espaço para direcionar apoios específicos para as atividades que tenham mais necessidade”, afirmou Boueri.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Medidas para mitigar os prejuízos financeiros da suinocultura nacional. Ricardo Santin - Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal - ABPA
Ricardo Santin: exportações caíram 8,2% entre janeiro e maio deste ano

Crise
Dados trazidos pelo presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, apontam para o Brasil como quarto maior produtor mundial de carne suína, o que rendeu cerca de R$ 31 bilhões para o País no ano passado. Ainda assim, as exportações em volume caíram 8,2% entre janeiro e maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. Em receita, houve diminuição de 17%, passando de 1,08 bilhão de dólares, em 2021, para 896 milhões de dólares neste ano.

Santin cobrou um sistema antecipado de informação sobre a exportação de milho, para não gerar especulação sobre o preço da saca, que chega a custar até R$ 100 atualmente, o dobro do que era há três anos.

Reivindicações
Os pedidos dos produtores são bem específicos. Eles querem a suspensão da cobrança de PIS e Cofins sobre a importação de milho, a criação de linha de crédito para a retenção de matrizes reprodutoras para que não haja uma diminuição dos rebanhos, o enquadramento diferenciado para o suinocultor e ainda a compra de carne suína para a merenda escolar e para as Forças Armadas.

“O produtor vem trabalhando no vermelho. Segundo levantamento da CNA, estima-se que a dívida dos produtores independentes, junto às instituições financeiras, seja de R$ 3,5 bilhões. Ou seja, os produtores empobreceram”, informou o presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Marcelo Valles Bento.

Segundo o sindicalista rural Edio Chapla, há famílias inteiras comprometidas. “Temos grupos familiares, pai, mãe, filho, genro, nora, com CPFs comprometidos. Não conseguem mais fazer um capital de giro nos termos de custeios pecuários”.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Medidas para mitigar os prejuízos financeiros da suinocultura nacional. João Antunes Fagundes Salomão - Coordenador-Geral de Culturas Perenes e Pecuária, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SPA/MAPA
Para João Salomão, o pior momento da crise já passou

Respostas
Às demandas, Rogério Boueri, do Ministério da Economia, respondeu que o enquadramento solicitado é difícil. “O problema de a gente aumentar os limites de enquadramento é reduzir o volume geral de crédito. Você tem um valor de subvenção limitado, você permite mais gente entrando nas taxas de juros mais baixas, o volume total disponível diminui”, esclareceu.

Por sua vez, João Salomão, do Ministério da Agricultura, disse que a compra da carne suína não é fácil, em razão de exigir armazéns refrigerados, mas é possível.

Os dois acreditam, no entanto, que o pior momento da crise já passou e se colocaram à disposição para tomar medidas dentro dos limites orçamentários e financeiros disponíveis.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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POLÍTICA NACIONAL

Lula sanciona lei que altera tabela do Imposto de Renda

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quarta-feira (1º) a manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. Durante ato de centrais sindicais, em celebração ao Dia do Trabalhador, em São Paulo, Lula disse que “não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”.

No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei da desoneração que prorroga, até 2027, a troca da contribuição previdenciária – correspondente a 20% da folha de pagamento – por uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta de empresas de 17 setores da economia. O projeto também cortou de 20% para 8% a alíquota das contribuições ao INSS por parte dos municípios com até 156 mil habitantes.

“A gente faz desoneração quando o povo pobre, ganha quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar um emprego, sem que eles sequer se comprometam a dar garantia para quem está trabalhando. Eu quero dizer que no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e sim para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário”, disse Lula.

O presidente Lula vetou o projeto, mas o Congresso derrubou o veto ainda em dezembro do ano passado, mantendo o benefício às empresas. Para Lula, a medida não garante a geração de empregos e não pode haver desoneração da folha de pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores.

A desoneração da folha de pagamento tem impacto de cerca de R$ 9 bilhões por ano à Previdência Social. A ajuda aos pequenos municípios fará o governo deixar de arrecadar R$ 10 bilhões por ano.

O governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e a ação tem o placar de 5 a 0 na Corte para suspender a desoneração. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é preciso encontrar um caminho para evitar prejuízos à Previdência Social. “A receita da Previdência é sagrada para pagar os aposentados. Não dá para brincar com essa coisa”, disse nessa semana.

Imposto de Renda

Durante o ato com trabalhadores em São Paulo, Lula sancionou o Projeto de Lei nº 81/2024 que corrige a tabela do Imposto de Renda, aumentando a isenção para quem recebe até dois salários mínimos por mês. Ele reafirmou a promessa de, até o fim do seu mandato em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.

“Esse país vai tratar com muito respeito 203 milhões de homens e mulheres que moram nesse país. A economia brasileira já voltou a crescer, o salário já voltou a crescer, o imposto de renda eu prometi para vocês que até o final do meu mandato, até R$ 5 mil as pessoas não pagarão imposto de renda. E estou dizendo para vocês a palavra continua em pé”, disse, destacando a articulação dos seus ministros com o Congresso Nacional na aprovação de medidas de interesse do governo.

“Foi assim que nós fizemos, pela primeira vez no momento de democracia, a reforma tributária em que a gente vai despenalizar a pessoa de classe média que paga muito e fazer com que o muito rico paga um pouco do Imposto de Renda nesse país porque só o pobre é que paga. Nessa proposta de Imposto de Renda todo o alimento da cesta básica será desonerado e não terá Imposto de Renda sobre comida do povo trabalhador desse país”, acrescentou.

Ainda, Lula assinou o decreto de promulgação da Convenção e Recomendação sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos.

Ato esvaziado

O ato em São Paulo foi realizado no estacionamento da Neo Química Arena (estádio do Corinthians), na zona leste da capital paulista. Pela primeira vez, a celebração deixou de ser realizada na região central da cidade, no conhecido Vale do Anhangabaú.

Durante seu discurso, Lula comentou sobre o esvaziamento do evento e cobrou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.

“Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele, ‘Márcio, o ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar’. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com 1 milhão, mas também, se for necessário, eu falo apenas com uma senhora maravilhosa que está ali na minha frente”, disse Lula.

Pelo sexto ano seguido, os atos políticos do Dia do Trabalhador em todo o país são organizados, de forma unificada, pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Shows e apresentações culturais também fazem parte da programação.

“Sob o tema Por um Brasil mais Justo, o 1º de Maio 2024 será um dia de celebração e reflexão para levar a toda a população brasileira a luta do movimento sindical em defesa da classe trabalhadora”, informou a CUT. Entre as pautas das entidades estão emprego decente, correção da tabela de Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores públicos, igualdade salarial e aposentadoria digna.

Campanha eleitoral

Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) esteve presente no ato do Dia do Trabalhador ao lado do presidente Lula, que pediu votos para o aliado nas eleições municipais de outubro deste ano. “Eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou no Lula em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, disse o presidente.

“Esse jovem, ele está disputando uma verdadeira guerra aqui em São Paulo. Ele está disputando com o nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário estadual e ele está disputando contra o nosso adversário municipal. Ele está enfrentando três adversários. E, por isso, eu quero dizer para vocês, ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições”, acrescentou Lula.

Antes do evento, o presidente Lula visitou o Estádio do Corinthians, recebido pelo presidente do clube, Augusto Melo, e pelos ex-jogadores Basílio, Edilson e Zé Maria. A previsão é que Lula retorne para Brasília ainda na tarde desta quarta-feira.

Fonte: EBC Política Nacional

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